sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Escritos avulsos II

São crônicas e contos escritos entre 1883 e 1884. Praticamente todos possuem o estilo de levar o leitor a um final inesperado, muitas vezes contrário não só ao senso comum, mas também contrário ao moralmente esperado.
É como se Machado quisesse realçar as forças do acaso e da malícia humana.

- A carteira: Honório encontra uma carteira na rua com dinheiro suficiente para saldar uma dívida que o aborrece. Além do dinheiro, há na carteira bilhetes, que ele não lê, e cartão de visita que ele descobre ser do seu melhor amigo. Ao saber disso, a consciência o faz devolver a carteira. O bilhete que ele não leu era do amigo para a esposa de Honório que o traía...

- O caso de Romualdo: Romualdo inicia o conto como um sujeito antipático e mal visto e com o desenrolar da história passa a ser visto e desejado por duas mulheres improváveis.

- O destinado: Delfina passa toda a história dividida entre dois pretendentes. No último parágrafo ela vê o irmão conversando com um cliente "pobre diabo" que até então não havia aparecido e será justamente este "o destinado".

- Troca de datas: Eusébio e Cirila se casam, mas ele perde todo o interesse na mulher. Ela se muda para a fazenda; ele a viver vários amores na capital. Ao final, passados vários anos, ele se arrepende e volta. Cirila o aceita. Cabe ao tio João, "homem rude e filósofo", decifrar o que se passou entre eles: "Não eram as naturezas que eram opostas, as datas é se não ajustavam; o marido de Cirila é este Eusébio dos quarenta, não o outro. enquanto quisermos combinar as datas contrárias, perdemos o tempo; mas o tempo andou e combinou tudo."

- Questões de maridos: mais uma crônica com um final "inesperado". Marcelina e Luísa são irmãs e se casam ao mesmo tempo. Marcelina descreve o marido de forma negativa, já Luísa está feliz da vida. No último parágrafo eis que é o oposto.

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