sábado, 27 de fevereiro de 2016

Infiel: a história da mulher que desafiou o islã

Que grata surpresa foi "Infiel: a história da mulher que desafiou o islã" (2012).Com Infiel eu pude aprofundar em detalhes aquele objetivo inicial de conhecer melhor o islã. Nele temos uma descrição das práticas do islã, suas concepções básicas sobre o mundo e como a cultura de clãs e subclãs anterior ao islã contribuiu para sua elaboração enquanto doutrina política e religiosa até os dias atuais.
Porém, há algo mais fundamental no relato biográfico de Ayaan Hirsi Ali. Infiel é uma história de construção individual. É a história da luta do indivíduo, e não um indivíduo qualquer, mas uma mulher em um ambiente tradicionalmente hostil às mulheres, para superar seus limites pessoais e as chantagens familiares (com o discurso da 'culpa' em defesa da honra e para afastar a ‘vergonha’ da família e do clã caso ela não seguisse os valores estabelecidos). A luta de Ayaan é também a superação de dogmas políticos e culturais fortemente arraigados no seu clã de origem, na sua religião e na estrutura política de seu país.
A construção da liberdade interior de Ayaan a leva a cultivar o pensamento crítico marcado pela dúvida e autocrítica permanentes, incapazes de florescerem sob o islamismo e os estados que o adotam como religião oficial.
Enfim, a história de Ayaan é como um vento fresco que sopra em nosso rosto e nos encoraja a repensar nossas verdades e sermos perseverantes na superação de valores caros em nossa formação, mas que não atendem mais às nossas inquietações.

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