Ayaan Hirsi Ali conseguiu
uma proeza! Em minha opinião é difícil encontrar um autor com o qual você se
identifique quase integralmente com suas ideias e admire tanto sua trajetória
de vida. Ela conseguiu isso de mim. Já há algum tempo que planejava ler algo
sobre o islã, em especial depois da série de atentados que temos assistido. O
objetivo era ter um conhecimento mínimo sobre conceitos, história, ambiente
cultural e, é claro, a teologia do islã.
A partir do artigo
de Mário
Vargas Llosa decidi comprar o livro "Herege:
por que o islã precisa de uma reforma imediata" porém, me deparei com uma
promoção na Amazon e (felizmente)
comprei mais dois: A Virgem na Jaula e Infiel.
Adotei o critério
de ler a partir da ordem cronológica da publicação. A virgem na Jaula (2008) pode ser visto como um livro-denúncia e
está focado nos maus tratos sofridos por meninas e mulheres pertencentes às
comunidades islâmicas, inclusive no Ocidente. A autora descreve, como conhecimento
de causa uma vez que trabalhou como intérprete para refugiados, as ocorrências
de violência doméstica, casamentos arranjados, mutilação genital, vigilância
permanente por parte de familiares e membros do clã entre outras situações
humilhantes por que passam as mulheres nas comunidades muçulmanas existentes na Holanda onde Ayaan viveu por
algum tempo. É alvo de crítica também os governantes holandeses defensores do
multiculturalismo que alegam não interferir nesses crimes para não “ferir a
sensibilidade cultural” dos envolvidos, sem levarem em conta a vida privada nas
culturas que defendem.
“Os culturalistas
decepcionam os muçulmanos que, como eu, atenderam ao chamado para mostrar seu
senso de responsabilidade pública e falar abertamente.”
Ayaan também é uma
mulher de ação. O capítulo 13 é dedicado a “10 dicas para as muçulmanas que
querem fugir” de suas famílias e comunidades. Por sua postura combativa foi
eleita deputada pelo Partido Trabalhista, porém em 2002, foi para o Partido
Liberal.
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