sábado, 27 de fevereiro de 2016

A virgem na jaula: um apelo à razão

Ayaan Hirsi Ali conseguiu uma proeza! Em minha opinião é difícil encontrar um autor com o qual você se identifique quase integralmente com suas ideias e admire tanto sua trajetória de vida. Ela conseguiu isso de mim. Já há algum tempo que planejava ler algo sobre o islã, em especial depois da série de atentados que temos assistido. O objetivo era ter um conhecimento mínimo sobre conceitos, história, ambiente cultural e, é claro, a teologia do islã.
A partir do artigo de Mário Vargas Llosa decidi comprar o livro "Herege: por que o islã precisa de uma reforma imediata" porém, me deparei com uma promoção na Amazon e (felizmente) comprei mais dois: A Virgem na Jaula e Infiel.

Adotei o critério de ler a partir da ordem cronológica da publicação. A virgem na Jaula (2008) pode ser visto como um livro-denúncia e está focado nos maus tratos sofridos por meninas e mulheres pertencentes às comunidades islâmicas, inclusive no Ocidente. A autora descreve, como conhecimento de causa uma vez que trabalhou como intérprete para refugiados, as ocorrências de violência doméstica, casamentos arranjados, mutilação genital, vigilância permanente por parte de familiares e membros do clã entre outras situações humilhantes por que passam as mulheres nas comunidades muçulmanas  existentes na Holanda onde Ayaan viveu por algum tempo. É alvo de crítica também os governantes holandeses defensores do multiculturalismo que alegam não interferir nesses crimes para não “ferir a sensibilidade cultural” dos envolvidos, sem levarem em conta a vida privada nas culturas que defendem.
“Os culturalistas decepcionam os muçulmanos que, como eu, atenderam ao chamado para mostrar seu senso de responsabilidade pública e falar abertamente.”

Ayaan também é uma mulher de ação. O capítulo 13 é dedicado a “10 dicas para as muçulmanas que querem fugir” de suas famílias e comunidades. Por sua postura combativa foi eleita deputada pelo Partido Trabalhista, porém em 2002, foi para o Partido Liberal.

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